Por Pedro Fonseca e Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO, 10 Fev (Reuters) - Líderes e outros envolvidos no movimento grevista de policiais e bombeiros no Rio de Janeiro foram presos nesta sexta-feira acusados de insubordinação e outros crimes, e as autoridades de segurança do Estado garantiram que, diante da adesão limitada à paralisação, não será necessário o reforço de tropas federais.
A greve por aumento de salário, declarada após assembleia com cerca de três mil representantes dos policiais, bombeiros e agentes penitenciários pouco antes da meia-noite de quinta-feira, diminuiu o policiamento em algumas vias da cidade nesta sexta, a uma semana do início do Carnaval.
De acordo com o comando da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, no entanto, a adesão à paralisação foi restrita e as corporações estão trabalhando normalmente.
Nove acusados de serem líderes da greve, que estavam entre os 11 homens que tiveram mandados de prisão expedidos pela Justiça militar nesta sexta, foram presos e levados para o Complexo Penitenciário de Bangu, enquanto outros sete policiais foram detidos em flagrante por insubordinação, de acordo com a PM.
Outros 129 policiais foram detidos inicialmente e indiciados por participação na greve, mas foram liberados e substituídos em seus postos por efetivos do Bope e do Batalhão de Choque. Uma fonte da PM, que pediu para não ser identificada, disse que houve problemas pontuais nos batalhões de Botafogo e Leblon (na zona sul), Maré (zona norte) e nas cidades de Campos (norte fluminense) e Volta Redonda (sul do Estado).
O cabo dos Bombeiros Benevenuto Daciolo, um dos líderes do movimento, está preso desde quarta-feira, após ter sido flagrado em uma escuta telefônica autorizada pela Justiça negociando com líderes da greve de policiais na Bahia a difusão do movimento para outros Estados.
Segundo o coronel da Polícia Militar Frederico Caldas, porta-voz da corporação, um plano de contingência acertado previamente entre o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), o governo federal e as Forças Armadas, que prevê a disponibilização de 14 mil homens do Exército e 300 da Força Nacional de Segurança a partir desta sexta para o Rio, não precisará ser acionado.
"Existe um plano de contingência que foi uma solicitação do governador. Havia uma previsão de emprego em caso de greve, mas não será necessário diante da atual situação de normalidade nos nossos batalhões", disse ele à Reuters.
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