Petrobras: reabastecimento em SP será gradativo
Falta de combustível prejudica empresa de ônibus e deixa motorista sem poder voltar para casa. PM fez desde terça-feira a escolta de setenta caminhões
Luciana Marques, Cida Alves e Marina Pinhoni

Posto sem combustível em supermercado na Freguesia do Ó, zona norte de São Paulo, nesta quarta- feira (Rodrigo Coca / Fotoarena)
A cidade de São Paulo vive nesta quarta-feira o terceiro dia sem reabastecimento de postos de combustível. A greve dos caminhoneiros – em protesto à medida da prefeitura que restringe a circulação de caminhões na Marginal Tietê – prejudica não só quem usa carro como meio de transporte, mas quem presta serviços de transporte. Apesar de o prefeito Gilberto Kassab dizer que não falta mais combustível nos postos da cidade, a realidade nas ruas é outra.
Para garantir a chegada do combustível ao menos para serviços essenciais, como carros de bombeiros, ambulâncias e gerador de hospitais, a Polícia Militar escoltou, das 8h de terça-feira até as 8h de quarta, setenta caminhões. Nesta tarde, havia seis operações de escolta em andamento na Grande São Paulo.
Em Brasília, a presidente da Petrobras, Graça Foster, afirmou que o reabastecimento na cidade se dará de forma gradual. A Petrobras entrega combustível para a BR distribuidora, que faz a distribuição para os postos. “Desde a madrugada há uma movimentação muito grande para superar o atendimento abaixo da demanda que tivemos nas últimas horas”, disse Graça. “Tem havido o retorno gradativo. Não é um abrir e fechar de válvula. Tem toda uma movimentação da logística, uma retomada de deslocamento dos caminhões para carregamento, para entrega nos nossos revendedores.”
Graça Foster trabalha com a perspectiva que, ainda hoje, o combustível distribuído pela BR terá chegado às bombas. “Somos muito ágeis na logística. As grandes distribuidoras têm uma capacidade muito grande de movimentação e já devem estar com uma frente de trabalho muito próxima da entrega junto aos postos, se é que já não entregaram.”
Segundo a presidente da Petrobras, não houve interrupção na entrega, mas algumas paradas por questão de segurança. Os sindicalistas formaram piquetes na saída das distribuidoras e atacaram motoristas que tentavam prosseguir com o serviço. “Chega uma hora que você tem de parar, a favor da própria segurança."
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