Ele alega que dados defasados da Saúde provocaram erro.
O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, e o economista Daniel Cerqueira, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ficaram frente a frente na tarde desta segunda-feira (5), em uma audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). No centro das discussões, a polêmica sobre a redução da criminalidade no Rio.
A audiência foi convocada pela Comissão de Direitos Humanos da Alerj. Em outubro deste ano, o economista mostrou que o número de mortes violentas sem causa determinada começou a crescer a partir de 2007, enquanto o de homicídos caía. Os dados indicariam um erro nas estatísticas oficias. A secretaria contestou o resultado, alegando que o pesquisador se baseou nas informações da Secretaria estadual de Saúde, que seriam defasadas em relação aos dados do Instituto de Segurança Pública (ISP).
Pesquisador reconhece erro
Nesta segunda-feira, Daniel Cerqueira reconheceu que usando apenas os dados do ISP referentes à queda do número de homicídios, aparecem resultados similares com os encontrados por ele.
Reclassificando as mortes indeterminadas para homicídios, acidentes ou suicídios, o nosso resultado é que a queda, de 2006 para 2009, foi em torno de 4% e os dados do ISP indicavam queda de 9%. Os dados do ISP estão bastante parecidos com os dados da nossa pesquisa, o que de certa forma confirma que o dado da Saúde tem um erro grosseiro", afirmou ele.
O Ministério da Saúde reconheceu a defasagem em relação aos dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP) e afirmou que vem tentando atualizar as informações no Rio.
O Secretário de Segurança do estado José Mariano Beltrame, que havia pensado até em processar o pesquisador, mudou o tom.
“Essas mortes indeterminadas precisam se dar esses títulos às circustâncias. O ISP tem isso, então, de uma certa forma, tem que comunicar isso com o Datasus para que essas mortes indeterminadas possam ter essa explicação que morte é essa”, disse ele.
Na audiência pública ficou decidido que será criada uma comissão para estudar alterações na lei que trata do acesso aos dados do ISP. Na avaliação de alguns deputados, é preciso ter mais transparência e rapidez na divulgação das informações.
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